Desde 2015 o Iêmen, país localizado no Oriente Médio, enfrenta uma guerra em larga escala. Atualmente a situação no país é considerada o maior desastre humanitário do mundo, isso porque, como consequência da guerra, a região tem surtos de diversas doenças, como o cólera por exemplo. E é nesse contexto, de um dos lugares mais hostis do mundo, que a professora da Faculdades Pequeno Príncipe, Francelise Bridi Cavassin, acaba de chegar após passar suas férias acadêmicas trabalhando pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), durante quase dois meses.
Francelise ficou em Aden, no sul do Iêmen, atuando com uma equipe formada por outros cinco farmacêuticos iemenitas, e foi responsável por auxiliar as atividades na farmácia do Hospital de MSF, um dos mais equipados e especializados em traumatologia e cirurgias complexas para ferimento de bala e explosivos da cidade. “Nós fazemos o trabalho de capacitar esses profissionais, para que eles estejam aptos a continuar desenvolvendo o trabalho no país”, explica.
A gestão de insumos médico-hospitalares (recebimento, armazenamento, distribuição e acompanhamento) está entre as principais funções do farmacêutico que atua nos projetos da organização e por mais que se assemelhe ao que é feito no Brasil, a professora explica a importância desses profissionais em locais como o Iêmen. “O profissional farmacêutico tem papel fundamental num país pobre, onde há dificuldade de importar ou transportar medicamentos, dessa forma são necessários testes de qualidade que somente o farmacêutico pode se encarregar”, disse.
Ainda de acordo com a docente, que retornou de sua quarta ação pelo MSF, trabalhar com ajuda humanitária requer muito amor e disposição. “É fundamental ter muita disponibilidade, pois você está em um contexto totalmente diferente e aonde quase ninguém quer ir ou estar. Além disso, enfrentamos situações extremas. No Iêmen, por exemplo, tivemos que dormir no hospital todos os dias, não podíamos sair para nada”, relata.
Embora trabalhar com ajuda humanitária seja um sonho que Francelise buscou por muito tempo, lecionar também ocupa um importante espaço em sua vida. Inclusive, as experiências adquiridas em campo viram conteúdo em sala de aula. “toda essa vivência acaba refletindo muito nas aulas, pois cada vez que volto de uma missão conto as minhas experiências e isso possibilita que o aluno tenha uma visão ampla do que a profissão representa”, conta Francelise que já trabalhou em projetos de MSF em outros países como Índia, Serra Leoa e Iraque.
Sobre o MSF
Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por graves crises humanitárias. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes atendidos em seus projetos.
A organização foi criada em 1971, na França, por jovens médicos e jornalistas, que atuaram como voluntários no fim dos anos 60 em Biafra, na Nigéria. Enquanto socorriam vítimas em meio a uma guerra civil brutal, os profissionais perceberam as limitações da ajuda humanitária internacional: a dificuldade de acesso ao local e os entraves burocráticos e políticos, que faziam com que muitos se calassem, ainda que diante de situações gritantes. MSF surge, então, como uma organização humanitária que associa ajuda médica e sensibilização do público sobre o sofrimento de seus pacientes, dando visibilidade a realidades que não podem permanecer negligenciadas. Em 1999, MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz.
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