O distanciamento social é amplamente defendido por especialista ao redor do mundo como uma das principais medidas de combate ao novo coronavírus. Essa nova rotina é um desafio para todos, principalmente para as famílias com idosos.
Pessoas da terceira idade fazem parte do grupo de risco da doença, por isso a importância de familiares mantê-los seguros em casa. Mas isso pode ser um desafio, principalmente nas estruturas familiares onde os idosos residem sozinhos. “Esta realidade acaba por diminuir a capacidade de percepção pelos familiares de aspectos referentes à higiene, alimentação, hidratação, qualidade do sono e capacidade de executar adequadamente atividades da vida diária”, explica o Me. Carlos Cardoso, médico geriatra e professor da Faculdades Pequeno Príncipe.
Para Cardoso é importante estimar o grau de compreensão que o idoso possui quanto à argumentação de que necessita ficar em casa durante este período de auto isolamento. Além disso, de acordo com o especialista, é importante observar as formas que a comunicação é feita procurando não infantiliza-lo.
“O idoso que apresenta função mental normal (lucidez) possui autonomia, ou seja, tem o direito de decidir pessoalmente sobre o que quer ou não fazer. Nestes casos, aconselha-se buscar negociação, oferta de alternativas para substituição de sua rotina prévia, incluindo atividades que gostava de fazer, mas deixou”, afirma.
Com o processo de envelhecimento, o equilíbrio dos sistemas orgânicos torna-se progressivamente mais lábil. Esta condição, própria da senescência (envelhecimento não patológico), tende a se agravar quando há mudança significativa na rotina diária, nas atividades físicas e mentais, impactando significativamente na saúde do indivíduo como um todo.
Para tentar minimizar consequências deste período algumas orientações podem fazer a diferença:
Atribuições
Existem atribuições que o idoso possui, avaliadas no atendimento geriátrico, chamadas de atividades instrumentais da vida diária. Dentre elas, uma que costuma ser importante para esta faixa etária consiste em fazer compras. É necessário que os familiares próximos tenham iniciativa no sentido de obter uma lista do que o idoso necessita, organizando-se para trazer-lhe o que é necessário. Costa explica que uma das questões que afligem o indivíduo na terceira idade é estar dependente dos outros. “É preciso ter tato para que o idoso não se sinta incapaz ou inútil pelo fato dos filhos exercerem este e outros papéis no lugar dele”.
Manter a rotina
Ficar muito tempo em casa pode afetar a cognição do idoso, isso porque muitas vezes a “reserva” cerebral é pequena. Isso pode impactar outras atividades como, por exemplo, manter os cuidados básicos da casa, utilizar corretamente os medicamentos e preparar suas refeições. Nos casos em que o idoso resida em casa é recomendado sair um pouco até o quintal, respeitando os limites do domicílio. Caso resida em apartamento, deve-se estimular a tomar sol próximo a uma janela, por exemplo, observando o ambiente externo.
Exercer a empatia
A necessidade do isolamento social é uma situação inédita para o idoso que apresenta boa funcionalidade. Por isso, Costa afirma que neste momento é importante que os familiares exerçam a empatia. “Quando há empatia, há aumento do vínculo entre as pessoas e, consequentemente, da confiança. Esta estratégia aumenta as chances de colaboração para a manutenção das medidas preventivas relacionadas ao idoso, neste momento crítico que estamos vivenciando”, disse.
Divisão de funções
Muitas vezes é verificado que, dentro dos componentes de uma família, um dos membros acaba por tomar a liderança do cuidado. Além disso, quem cuida do idoso muitas vezes é também idoso ou, embora mais jovem, pode ficar muito sobrecarregado. A divisão de funções entre diferentes membros da família facilita o cuidado, evitando o estresse do cuidador “principal”, lembrando sempre que devem ser observados os cuidados quanto à transmissibilidade do coronavírus.
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