Uma pesquisa desenvolvida pela rede genômica do Instituto de Pesquisa para o Câncer (IPEC), localizado em Guarapuava, investiga os fatores genéticos associados aos casos mais graves do novo Coronavírus. O projeto “Abordagem genômica para investigar variações genéticas do Sars-CoV-2 (novo coronavírus) e no hospedeiro humano” envolve 12 Instituições de Pesquisa do Paraná e de São Paulo, incluindo o Complexo Pequeno Príncipe.
Representante do Complexo no estudo, a pesquisadora-docente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente da FPP e do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, Dra. Luciane Regina Cavalli, explica o objetivo da iniciativa. “Estamos realizando a investigação dos fatores genéticos (pelo método do sequenciamento do exoma) que tornam o indivíduo infectado pelo Coronavírus mais ou menos propenso a desenvolver o quadro de maior gravidade da doença. Além disso, por meio deste estudo serão identificadas quais as variações genéticas do vírus Sars-Cov-2 no estado do Paraná e São Paulo (em comparação com as mundiais) e qual sua relação com a manifestação dos sintomas da doença”, explica.
A ideia é que a partir do estudo os pesquisadores consigam compreender de que maneira a genética influencia na evolução da doença.
Grupos de pacientes estudados
Para realizar a pesquisa, nos próximos quatro meses serão coletadas amostras de três grupos diferentes de pacientes infectados pelo novo Coronavírus: pacientes com quadro clínico grave e mantidos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) com ventilação pulmonar; pacientes com quadro clínico moderado, internados na enfermaria, que foram curados sem a necessidade de transferência para a UTI; e pacientes com quadro clínico leve ou assintomáticos em isolamento social. Para as análises genéticas serão coletadas amostras de sangue e swab nasal dos pacientes infectados.
Instituições envolvidas
O estudo é coordenado pelo pesquisador David Livingstone A. Figueiredo, diretor do IPEC e da Rede Genômica, e tem a colaboração de pesquisadores de mais de 12 instituições de pesquisa do Paraná e de São Paulo, são elas as Universidades Estaduais de Londrina (UEL), Ponta Grossa (UEPG), do Centro-Oeste (Unicentro), de Maringá (UEM), do Norte do Paraná (UENP), do Oeste do Paraná (Unioeste), Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Faculdades Pequeno Príncipe, Instituto Carlos Chagas (Fiocruz/PR), Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Unesp – Araraquara), Universidade de Araraquara (Uniara) e a Faculdade de Medicina de Marília (Famema).
Rede Genômica
Lançada oficialmente no dia 31 de julho de 2020 pela Fundação Araucária e pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), a Rede Genômica foi criada com o objetivo de desenvolver metodologias de análise em escala genômica aplicadas ao diagnóstico de doenças genéticas, em especial as doenças oncológicas. O programa faz parte do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação, o NAPI e está vinculada ao IPEC, que foi criado recentemente. O instituto desenvolve pesquisas básicas e aplicadas voltada ao diagnóstico e tratamento do câncer e promove a formação de profissionais especializados em medicina de precisão. Nesta área de doenças oncológicas, participam também desta rede, os professores docentes Roberto Rosati e Edenir Palmero.
Consórcio Internacional
O Complexo Pequeno Príncipe também faz parte de outra importante pesquisa sobre essa doença que ainda gera tantas dúvidas. A Dra. Carolina Prando, docente-pesquisadora da FPP no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, faz parte da diretoria internacional do consórcio que tem por objetivo compreender os fatores genéticos humanos relacionados à suscetibilidade ao vírus SARS-CoV-2. O estudo relaciona fatores genéticos, individuais ou populacionais que poderiam definir porque uma pessoa tem COVID-19 grave e pode até morrer por esta doença, enquanto outros apresentam apenas sintomas leves.
“Este projeto relaciona o COVID-19 a mesma lógica aplicada as demais doenças infecciosas recorrentes, graves e atípicas: deve existir um fator genético individual que explique esta suscetibilidade e compreender a via imunológica que está deficiente ou desregulada nesta resposta é fundamental para que possamos melhorar as estratégias para o desenvolvimento de tratamentos”, explica.
O consórcio é liderado pelo Prof. Jean-Laurent Casanova, da Rockefeller University e pela Prof Helen Su, do National Institutes of Health. No Brasil, a Dra. Caroline atua na inclusão de centros participantes da região sul.




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